Cachaça completa 500 anos

Cachaça completa 500 anos

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Foto: Renan Lameu/Ingrediente da Vez

Pura ou envelhecida? Artesanal ou industrial? Cachaça ou Aguardente? As dúvidas em relação à cachaça ainda causa estranheza. Criada em 1516, a bebida que completa 500 anos em 2016, ainda é rodeada de Mitos. Veja alguns mitos e verdades sobre a Cachaça:

  • Mito: Cachaça e aguardente é a mesma coisa?

A cachaça muitas vezes apelidada por “Pinga, branquinha e caninha” só pode ser feita do mosto fermentado e destilado da cana-de-açúcar e tem teor alcoólico entre 38% e 48%. “Cachaça de mel” e “Cachaça de Jabuticaba”, não é cachaça e sim: aguardente. A aguardente pode ser produzida com outra matéria-prima (café, uva, mel, jabuticaba, etc.) e o percentual de álcool na bebida pode ser maior: de 38% a 54%.

  • Verdade: Para ser cachaça a bebida deve ser produzida no Brasil.

A cachaça é uma denominação típica e exclusiva da bebida produzida no Brasil. Somente em 1994 a cachaça foi reconhecida como Produto Cultural e Nacional Brasileiro. No momento ela ganhou legislação própria e em 2012, os Estados Unidos reconheceram a bebida com produto exclusivo do Brasil, até então ela era conhecida como Brazilian Rum. Em maio de 2015, o México também a reconheceu como produto típico do brasileiro.

  • Mito: a Cachaça é mineira.

Não há registros que afirmam com precisão onde e quando foi produzida a primeira bebida. Mas estudioso seguem duas hipóteses: em 1516, em um engenho em Itamaracá (PE), ou em 1532, em um engenho em São Vicente (SP). Em Minas Gerais, a bebida só se proliferou depois do ciclo do ouro.

  • Verdade: Cachaça tem prazo de validade indeterminado.

Desde que a garrafa esteja bem vedada, o teor alcoólico da bebida, de no mínimo 38%, é suficiente para conservar a cachaça por tempo indeterminado.

  • Mito: A cor da bebida é sinal de qualidade.

 A cor da bebida varia de acordo com o tipo de madeira nos tonéis. Toda cachaça, logo depois do processo de produção, é “branquinha”, ou seja, incolor na gíria do mercado.

A cachaça é a única bebida no mundo que é envelhecida em mais de 30 tipos de madeiras diferentes, sendo elas a maioria brasileira: Amburana, Bálsamo, Jequitibá, Amendoim, Ipê, Freijó entre outras.

  • Verdade: Melhor artesanal do que industrializada?

Existem dois processos para produzir cachaça:

Industrializada: Geralmente usado para produzir grandes quantidades de cachaça, onde o mosto é destilado em Colunas. A primeira garrafa industrializada foi produzida em 1756, hoje essa garrafa está guardada em uma das maiores coleções particulares do Brasil, em Lagoa do Carro (PE).

Artesanal: Do modo artesanal o mosto é destilado em alambiques de cobre. A produção é mais lenta e em quantidade menor o que resulta em uma bebida com sabor mais complexo. O cobre, neste caso, é considerado, também, um “ingrediente” que aperfeiçoa o sabor da cachaça.

O Brasil produz cerca de 1.2 bilhões de litro por ano. Isso representa cerca de 6 litros por habitante. Isso torna a Cachaça o terceiro destilado mais consumido do mundo, ficando atrás apenas do Soju, destilado de arroz chinês e da Vodca.

70% da cachaça produzida no Brasil são de Coluna/Industrializada, contra 30% artesanal de alambique. Apenas 1% de toda a cachaça produzida no Brasil é exportado.

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Foto: Renan Lameu/Ingrediente da Vez

Verdade: A bebida abre o apetite! A cachaça consome glicose do organismo, o que abre espaço para comida. 🙂 

Referências:
Folha de São Paulo e Cachaça Vale Verde