Tour Baixa Gastronomia
A essência belo horizontina contada através da sua cultura alimentar, das pessoas e dos encontros, aqueles ao acaso, com a barriga apertada no balcão.
Encerrando as atividades da Semana da Gastronomia Mineira 2019, o Instituto Eduardo Frieiro realizou o Tour Baixa Gastronomia, ao comando do célebre Nenel da Baixa Gastronomia.
Feira Tom Jobim
O ponta pé do Tour é na Feira Tom Jobim, na Avenida Carandaí com comida de rua e de feira, cerveja gelada na caixa de isopor e muita música boa. A feira é tradição na capital, há 36 anos vem trazendo cultura e gastronomia a céu aberto nos finais de semana. O espaço conta com uma área voltada para comidas típicas e uma para antiguidades.
A feira começou, na Praça da Liberdade, em 1983. Oito anos depois, na avenida Bernardo Monteiro e, hoje, na Carandaí. Onde? Av. Carandaí, 600 – Funcionários, aos sábados das 10h às 17h.
Do Funcionários embarcamos rumo ao bairro mais boêmio da cidade, Santa Teresa.
Mercearia do Nivaldo
A parada é na Mercearia Bicalho (mistura de sacolão, mercadinho e bar), hoje mais conhecida como Mercearia do Nivaldo De queijo a banana verde, o espaço representa a cultura das cadernetas, da confiança do cliente e a cultura em comer bem pagando barato.
No mercadinho provamos as famosas almôndegas da casa. Bolas carnudas com queijo Minas, molho grosso e saboroso servido com pão de sal para não desperdiçar. O caldo grosso leva batata e farinha de milho e é preparado pelo casal Nivaldo e Márcia. A unidade (farta) sai por R$10. Onde? Praça Duque de Caxias – Santa Tereza.
Nonô Rei do Mocotó
A terceira parada foi brindada com caracu e caldo de mocotó. O Nonô, rei do Mocotó é tradicional na cidade, serve um caldo cremoso, com ovos de codorna, cebolinha e muita simpatia há mais de 50 anos. Dos garçons aos clientes que disputam um pedaço no balcão, o compartilhamento da pimenta e a danças das canecas com caldo fumegante é mágica aos olhos. O caldo que sai aos montes (R$10,90), aquece e fortalece o estômago e a cerveja refresca a cabeça. Falando em cerveja, a casa é referência quando o assunto é Caracu, o Nonô é um dos maiores vendedores da bebida em lata de 300ml no Brasil, título certificado ela Ambev. Onde? Av. Amazonas, 840 , Centro.
Café Palhares
O tour continua no coração de Belo Horizonte com: Kachaça, Arroz, Ovo e Linguiça no famoso Café Palhares com comida farta, zoiudo de gema mole, linguiça artesanal e arroz soltinho. A casa que funcionava 24 horas, era além de um ponto de encontro, reduto dos boêmios da cidade entre 1940 e 1960. O café ficou marcado até os dias de hoje com a criação do Kaol, prato típico belo horizontino. Ao passar dos anos, o Kaol passou por algumas incrementações na década de 1970 ganhou farofa e couve em 1980 torresmo e nos dias de hoje pode acompanhar os petiscos da casa. O prato grande custa R$19,90. Onde? Rua dos Tupinambás, 638 – Centro.
Encerramos nossa orgia gastronômica olhando a cidade ainda mais encantados pelas pessoas que madrugam para o caldo cozinhar e reter todo o colágeno, para o fornecedor que chega no meio da tarde, pela cozinheira dona de casa e pela cerveja sempre gelada, afinal, sem eles a história não acontece.