isoporzinho

Não sei vocês, mas levarei um isoporzinho

Para começar uma segunda animada, #sqn, vejo a seguinte manchete:

“Florianópolis fecha acordo com distribuidora e restringe marcas de cerveja na praia”

isoporzinho

Resumindo, nas praias de floripa será Nova Schin, do refrigerante à cerveja. Ambulantes só poderão vender essas marcas, o que é triste. As tendas e quiosques poderão ter um ‘refri’ a mais, quem é que adivinha o nome que vai acabar dominando também todos os espaços? E poderão ter mais uma cerveja, o que eu nem sei se chega a dar alguma grande diferença, afinal, vai acabar tendo mais alguma pilsen leve com milho.

Em Minas, caso a próxima gestão de Belo Horizonte faça isso na nossa praia, (se você não conhece a Praia da Estação o problema é seu meu amigo!), eu faço questão de aparecer no dia da inauguração ostentando o meu isopor de cerveja boa. E nem venha me questionar, vocês se lembram quando tentaram proibir no carnaval, vou levar e se acharem ruim, levo dois.

E vou com uma cerveja realmente artesanal, feita em casa. Senão vou com algumas marcas de Nova Lima, que deu um passo bem na frente de BH e facilitou a formalização das microcervejarias. Resultado: eu recomendo ir pessoalmente, conhecer algumas das ótimas cervejarias que existem na região, temos até um mapa temático muito bom (mapa cervejeiro), ou… basta ir a um bom supermercado, algumas já conseguiram seu espaço ao sol, corrigindo, espaço à sombra nas concorridas gôndolas.

Independente da questionável qualidade das cervejas, o pior é o cerceamento da liberdade. Liberdade de escolha do que se quer vender e do que se quer consumir. Não podemos sofrer com tamanha interferência do Estado, deve haver um livre mercado que esteja mais alinhado à vontade do cliente.

Isso é uma clara guinada lobista fazendo o Estado trabalhar em prol das grandes.

Em âmbito nacional está para ser sancionada uma PEC para enquadrar o simples para bebidas. O que, como o próprio nome diz simplificaria um pouco nossa enferrujada burrocracia, ops, burocracia, que faz pequenas empresas precisarem de constante e árduo trabalho de um time de especialistas em tributação para conseguirem funcionar dentro da norma de cada dia. Mesmo que em uma realidade que o estado fica com muito mais que os 10% dos nossos queridos garçons.

Vou tentar desenhar: imagine que o estado está sempre bebendo com você, mas ele é tipo aquele cara chato, que fala muito, bebe pra caramba e sai sem pagar a conta.

Porém, há um risco tremendo de ser vetado para cachaça, cerveja e vinho. Se for vetado é o estado falando: vamos melhorar um pouquinho, mas só no refri, para os adultos, vamos deixar só com as grandes mesmo, desculpe. Antes tínhamos várias pequenas fábricas, com o crescimento do mercado, as pequenas fecharam e as grandes se agigantaram. Grandes marcas fazem uma cerveja muito mais focada no volume do que na qualidade, e sufocam os pequenos. Temos urgentemente que diversificar para melhorar do que bebemos. Tem gringo rindo da nossa cerveja.

Voltando às praias de Florianópolis… Será um passo para a venda de naming rights das praias do Brasil?