Frango ao molho pardo
Sangue é ingrediente, mas virou raridade nas cozinhas. Antigamente era mais do que comum, era uma forma de não desperdiçar um pouquinho se quer do ingrediente. Comer o animal inteiro, aproveitar a carne, os miúdos e até mesmo o sangue estava enraizado na cozinha de quintal e nos restaurantes. Hoje, a tradição vem sendo deixada de lado, para comer um bom frango ao molho pardo ou a famosa galinha de cabidela só em endereços fixos, que prezam por tradição, qualidade e história.
Aqui em Belo Horizonte, o restaurante fundado por Maria Clara Rodrigues, o Bolero, hoje Maria das Tranças, não deixa o “sangue talhar” e serve há 69 anos a iguaria. A casa especializada em frango, abriu as portas na última semana para que pudéssemos ver de perto e entender como a casa segue firme e forte, oferecendo comida mineira de verdade. Aos cuidados de Ricardo Rodrigues, terceira geração à frente do negócio, a casa mantém a receita original de Maria.
Segundo Rodrigues, para atender a demanda do público, foi necessário construir além de um restaurante, um abatedouro e frigorífico para oferecer comida fresca, com qualidade e padrão. “Recebemos as galinhas segunda e quarta, caso a temperatura da cidade caia, recebemos também às sextas-feiras. Mensalmente, são até duas toneladas de galinhas, que chegam vivas, e tem cada processo acompanhado para que prato chegue perfeito na mesa do cliente”.
#recomendamos. O prato é farto, vem sempre acompanhado de angu, quiabo e arroz, mas como somos zoiudinhos pedimos de petisco os famosos pastéis de angu com uma cerveja gelada. O que você recebe na tigela principal não é nada mais nada menos que um frango inteiro, muito bem dividido. Procure pela parte que mais goste, e não deixe de colocar o molho por cima de tudo no seu prato. Angu, quiabo, cerveja, tudo casa muito bem. O arroz estava com um pouco de alho a mais, mas nada que tenha atrapalhado o almoço.
Quer levar para casa? O Maria das Tranças tem delivery, o frango chega em casa, quentinho, em um pote plástico bem lacrado. Junto e não menos importante vem instruções de armazenamento pois se trata de uma prato que requer atenção. Aos finais de semana a casa abre o Trancinhas, espaço dedicado aos clientes fiéis que seguem a tradição. Trazem suas panelas de pressão, colocam no balcão e esperam o apurar do prato sem pressa… jogando conversa fora, petiscando e tomando uma gelada.
Onde: R.Estoril, 938, Bairro São Francisco.