#queijo de Cabra Cariri
Da terra rachada e seca do sertão nasceu o #queijo do dia. Produzido com leites de cabra e temperado com ervas nativas da região, a beldade vem sendo produzida desde 1979 pela família do conhecido poeta e dramaturgo Ariano Suassuna.
Mas a essência do Queijo Cariri está na resistência e nas histórias por trás dele. Suassuna resolveu investir em cabras após receber em dinheiro, o prêmio nacional de ficção, com o romance “A Pedra do Reino”. O dinheiro recebido foi investido em 200 cabras e junto com o sócio e primo Manelito eles começaram a produção na fazenda família, chamada Carnaúba, em Taperoá, no Cariri paraibano.
Provamos essa maravilha e ouvimos a história na degustação “Da tábua à taça – uma trilha pelos sabores e cultura”, realizado no Atelie da Wäls na última semana com Daniel Martins, chef de cozinha e realizador do projeto Queijo com Prosa e o produtor do Queijo do Mula, Paulo Henrique.
Posso afirmar, com toda certeza, é um queijo tipicamente brasileiro com uma qualidade inexplicável. Delicado e com aroma suave, o queijo traz na receita a riqueza do sertão que dá autenticidade ao produto que, nos dias de hoje, encontra dificuldades para ter o registro atualizado.
A Secretaria Estadual do Desenvolvimento de Agropecuária se recusa a renovar o registro dos produtos alegando que eles precisam se ADEQUAR aos nomes populares do mercado vindos do estrangeiro, como por exemplo, o chèvre e boursin. Na fazenda, os queijos recebem na receita ervas sertanejas e são chamados de cairiri, arupiara e borborema.
A caixa que envolve o queijo é um destaque à parte, ela revela esse entrave. Em meio às ilustrações e insígnias armoriais, a frase do poeta se faz viva:
Queijo de Cabra Cariri | Foto Ingrediente da Vez
A degustação, por sinal foi incrível, o queijo harmonizou com a Witibier da Wäls. Na próxima terça contamos mais uma história boa que envolve o queijo. Obrigada pelo convite, adoramos participar desta experiência.