Ingrediente da Vez | Limão Cravo
Se a vida lhe der um limão…. Não faça dele uma simples limonada!
Já faz um tempinho que recebemos uma rica cesta de orgânicos do pessoal Da Horta e em meio aos ingredientes do mês veio o limão cravo, rosa, caipira, capeta… ou o simples limão-cavalo, que nos serviu tristemente em forma de limonada. O mais nobre dos limões brasileiros, aquele de quintal, está em plena safra e de suas possibilidades, acredite – preparei apenas uma refrescante limonada.
Arrependida pela falta de criatividade, venho por meio deste, me desculpar e tentar reparar a minha falha. O limão cravo tem suas próprias características. Vindo da Ásia no século XVII, por aqui montou morada e se tornou filho desta – ele cresce e frutifica como se daqui foste. Resumidamente e em uma breve pesquisa pela internet, ele não é exatamente um limão como o siciliano, “mas sim uma lima ácida como o galego e o taiti”, provavelmente é um híbrido de limão verdadeiro casado com uma tangerina, o que pode talvez ser justificado pelos seus gomos definidos e sua cor alaranjada (vai saber) mas, botanicamente, o ingrediente da vez está agrupado entre as limas ácidas.
Utilizado mais como porta-enxerto para outras espécies de cítricos, o limão-cravo que antes apodrecia nos pés, começa a ganhar status e dentro das tendências gastronômicas para o ano de 2017, a valorização do que dá no campo ou ainda, em nosso quintal vem com tudo e o primo-pobre agora é realeza.
Ingrediente da Vez: Limão Cravo
Já dizia Elza Soares, “sacode a poeira e dá volta por cima”. Está foi a reviravolta na vida do limão que agora é servido das melhores e mais encantadoras formas. O ceviche ganhou sorbet de limão capeta (no Rústico Cozinha Internacional – com sorbet Alento), o torresmo recebeu creme azedo com o próprio (Bitaca da Leste) e ele ainda virou recheio para tortas doces de renomados chefs. A acidez presente no fruto sempre foi bem vinda, mas antes só aparecia em temperos para carnes e saladas.
Convenhamos, você não encontra ele com facilidade nas prateleiras dos supermercado (encontrei apenas uma vez no sacolão do Verdemar no Santo Antônio) nem no sacolão da esquina, mas todo mundo tem um amigo que mora no interior, que compra numa venda orgânica ou que sabe onde tem. Pergunte! É sabido, que nas pequenas cidades rurais, você encontra ele a rodo e que o nobre ainda não tem valor no mercado, já que qualquer pessoa pode consegui-lo facilmente com um vizinho e de graça, porém mesmo sem mercado aparente, ele merece seu espaço. Sabe alguma receita com o limão canela? Manda pra gente 🙂 Vamos tentar nos redimir e preparar uma digna receita para o Rei dos Limões.