No dia que resolvi estudar a Culinária Indiana, todo mundo me olhava e dizia: – Vamos escolher uma culinária mais fácil. Nossa, mas logo a Índia? Menina você está louca! Minha resposta era um sorriso e o pensamento: “vamos fazer diferente e sair um pouco do regional, padrão e da linha francesa de se fazer comida”.

Sofri durante um semestre. Corri atrás de documentos, livros e estudos sobre a Índia e o que achava eram textos pesados, ruins de ler e falando apenas sobre os pontos negativos em relação à gastronomia local. Arranquei alguns fios de cabelo e não desisti, um livro ia completando o outro e o trabalho acabou sendo concluído. Desvendamos a culinária indiana, levando em consideração os costumes, os hábitos culinários, levantando questões sobre vegetarianismo e aceitação da cozinha indiana no Brasil. Para um estudo mais completo, reproduzimos o Gulab Jamun, uma sobremesa típica da região e avaliamos a aceitação do público através de um teste sensorial afetivo – após o teste concluímos que nós, brasileiros, não somos tão abertos ao novo e o teste deixou em evidência a não aceitação do produto. Pensando em reverter essa baixa aceitação, fizemos a releitura da sobremesa. Utilizando os mesmos ingredientes e alterando apenas o modo de cocção aplicamos um novo teste e no quesito: sabor, textura e aroma o novo produto “sambou”, ou, em outras palavras, arrancou ótimos elogios.

Bom, resumindo a historinha: Hoje, 23 de outubro, vamos apresentar os resultados dos estudos “AVALIAÇÃO SENSORIAL AFETIVA QUANTITATIVA DE SOBREMESA INDIANA”,  no II Congresso de Saúde e Meio Ambiente Una: Promoção da Saúde e Qualidade de Vida, aqui em BH. Isso pode ser algo bobo para muitos, mas eu fiquei ultra feliz, porque se teve um trabalho que me deixou noites sem dormir foi esse e agora estamos ali contando mais uma vez como uma boa analise sensorial vale a pena. A receita eu posto em breve.