As nuances do café e o segredo da torrefação | Café Cambraia
“ao passar o café, quanto mais bolha ele fizer – mais fresco é”
O café representa commodities de sucesso em terras nacionais. Entre o final do século XIX e começo do século XX representou o principal tipo de negócio em termos de agricultura e se formos pensar, uma pequena xícara é capaz de revelar um universo de sabores e aromas – talvez por isso conquistou o mundo. O café, caso ainda não tenha reparado é uma bebida daquelas bem complexas. Desde o plantio até a colheita, são cuidados diários. O grão depois de colhido é distribuído no terreiro para secagem e ali ele fica até se tornar um grão perfeito. E não acaba por aí, logo ele vai para o torrador, onde o tempo e a temperatura vão permitir que a mágica aconteça.
A torra é um dos passos mais importantes na fabricação da bebida, ou melhor, a boa torra é que realça as melhores características de sabor, aroma e acidez de cada tipo de grão. A curva de torra é definida pelo tempo em que o grão fica em determinada temperatura – que varia entre 110°C quando ocorre a Reação de Maillard (notas de amêndoas, cereais e pão) e 150°C a 165°C – quando ele começa a ganhar nuances doces e de chocolate. A torrefação interfere no aroma, sabor, corpo, acidez, finalização, equilíbrio, sendo mais direta, quase tudo pode ser trabalhado ao longo da torra e o mesmo grão pode ter várias características conforme o ponto trabalhado nele.
A mágica da torra, a vertente do conhecimento que opera essa técnica, pode afetar em tudo que vai parar nas nossas xícaras e foi exatamente isso que provamos na segunda-feira, em um workshop promovido pelo Café Cambraia, na Casa Ataré com o Mestre em Ciência dos Alimentos e Q Arabica Instructor pelo CQI e Mestre de Torra pela Probat Alemanha, Jack Robson.
Se a bebida vai ser forte ou suave, vai ter pouca ou uma acidez mais pronunciada, qual aroma elas vão apresentar e quais sabores ela vai ter – está nas mãos do Robson. E o grande diferencial, é que ele compreende o grão primeiro para só depois aplicar a técnica correta para extrair a melhor bebida possível.
Antigamente segundo o gosto popular, o café tinha que ser concentrado, forte, amargo – quanto mais torrado, melhor. Que bom que os tempos são outros e que a definição de café bom está evoluindo dia após dia.
Torra clara
Predomina a acidez cítrica intensa e quase sempre azeda, doçura baixa e, por isso nem sempre é encorpado. Quando frio ele apresenta um sabor amadeirado.
Torra média
Considerada ideal. Prevalece a doçura e acidez cítrica, que torna o café licoroso e com notas frutadas.
Torra escura
O café perde a doçura, corpo e acidez. O sabor predominante é o amargo, por conta do gosto queimado residual do grão.
Café Cambraia
A Família Cambraia produz cafés de qualidade desde de 1986 e há mais de um século, atua no mercado de café especiais exportando seus produtos para América do Norte, Europa, Ásia e Oceania.
Com fazendas e torrefação próprias, na região de Santo Antônio do Amparo, sul de Minas Gerais, a família mantém a tradição no plantio e preparação do café.
Os Cafés Cambraia são torrados e embalados na própria empresa, através do “Fresco System”. De acordo com Jack Robson, essa tecnologia permite o empacotamento imediato, incluindo ainda uma válvula desgaseificadora e inserção de nitrogênio. A técnica reduz o nível de oxigênio a menos de 1% na embalagem, impedindo quase totalmente a oxidação do café e preservando seu aroma e frescor por mais tempo.
Adoramos a experiência, recebemos um kit com os Cafés Cambraia então falamos mais em breve.Obrigada pelo convite e pelo carinho.